terça-feira, 31 de outubro de 2017

DENTRO DE MIM




Dentro d'um peito cansado
Cabe sempre a qualquer hora
Um silêncio magoado
Que de saudade não chora

Dentro da alma aturdida 
Voltarão a se encontrar
A esperança já perdida
E a dor que teima em gritar

Dentro dos sonhos vadios
O querer já sufocado
Abre prantos correm rios
De mágoas a soluçar

Dentro do mundo que é meu
Nestas paredes sem cor
Vive um poema que é teu
Tão vazio e sem amor 

E cá bem dentro de mim
Vive já velho e cansado
Um vendaval sem ter fim
Que faz deste meu jardim
Um sentir abandonado.