Bebi o chá d'amargura
Da dor da desilusão
E sofri de indigestão
Com o da falsa ternura
Bebi da água do mar
Com rosas do meu jardim
Num agridoce sem par
Com espinhos sem ter fim
Bebi castelos dourados
Estrelas do firmamento
E adormeci ao relento
Em sonhos desgovernados
Bebi sonhos, ilusões
Para conseguir sonhar
Mas andei aos trambolhões
E neles não pude entrar
Bebi o sal dos meus olhos
Por tanto eu te querer
E a agonia aos molhos
Por a ti mãe não te ver
Bebi a tua doçura
Mas agora já não sei
Se acaso me envenenei
De amor e de ternura.