terça-feira, 19 de março de 2013

FECHADA


Fechada dentro de mim
E p'la vida enclausurada
Deixei morrer meu jardim
E de flor já não sou nada

Fechada da luz do dia
Já nem a olho de frente
E vivo nesta agonia
No futuro e no presente

Fechada está a amargura
Que não consegue sair
E ás vezes noite escura
Bate à porta do sentir

Fechados os sonhos meus
Nunca a porta lhes abri
P'ra não saberem dos teus
E, nem me falarem de ti

Fechados os meus desejos
À saída lhes pus fim
Pois ao sentirem teus beijos
Quiseram fugir de mim

Fechada morro lentamente
Entre estas paredes sem cor
Sem viver o meu presente
E sem ter o teu amor

E nesta porta fechada
Em que a vida me fechou
Dela já não tenho nada
E de mim já nada sou.