terça-feira, 17 de dezembro de 2013

PAIRA NO AR...













Paira no ar a crescer
O cheiro de que é Natal
E muitos para comer
Só têm o cheiro igual

Paira no ar a dor
Desalento e amargura
E se já não há amor
Também falta a ternura

Pairam os sonhos vendados
Da juventude a cair
De um país desgovernado
Que os obriga a partir

Paira até o reformado
 No fim da vida só herda
Uma reforma de merda
E ainda é descontado

Paira a fome e a crescer
A revolta e a fadiga
Que não enchem a barriga
Mas temos de as comer

Pairam justiça, verdade,
Para quem tanto roubou
Pavoneiam-se à vontade
E tiram-nos sem caridade 
O pouco que nos sobrou.