terça-feira, 18 de dezembro de 2012

DOU-TE...


































Dou-te as estrelas cadentes
Para me poderes mandar
Os teus beijos em presentes
Em embrulhos estrelares

A saudade grandiosa
Te dou com toda a certeza
Embutida numa rosa
Tão branca como a pureza

Dou-te a lua brilhante
Perdida no meu abraço
E o sol que num instante
Aquece o meu regaço

Dou-te também a ternura
Que tenho dentro de mim
Onde plantei com doçura
No chão deste meu jardim

Dou-te este corpo cansado
Deste sofrer que perdura
E o meu ser destronado
P'la dor e p'la amargura

Vou dar-te o meu sentir
Enleado nos meus beijos
Porque sei que a seguir
Ficam loucos teus desejos

Só não te dou minha cruz
Porque não te quero dar
A minha sina onde a luz
Se recusou a entrar.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

TALVEZ SEJA...



Talvez seja a madrugada
Que não me deixa dormir
Que percorre minha estrada
E entra desalvorada
No beco do meu sentir

Talvez seja  a criança
Que ás vezes quer saltar
Volta atrás na lembrança
E continua sem esperança
E com medo de amar

Talvez seja a amargura
Que se entranhou no meu ser
Que me abafa a ternura
Se enleia na desventura
E não me deixa viver

Talvez seja a oração
Que eu não rezo a Jesus
Porque o meu coração
Vive na escuridão
E agarrado a uma cruz

Talvez seja o teu ardor
Tua doçura sem fim
Querias matar minha dor
Mas não viste meu amor
Que o meu sentir morre em mim.