segunda-feira, 30 de julho de 2012

ESCONDI














Escondi meus olhos do mundo
Para ver se não sofria
Mas eu sei que lá no fundo
Mora a dor e a nostalgia

Escondi-os no firmamento
Ao luar do meu viver
Mas empurrados p'lo vento
Voltavam só p'ra te ver

Escondi-os dentro dos teus
E quando os fui buscar
Marotos dos olhos meus
Não mais quiseram voltar

Tantas vezes os escondi
No meu rio de saudade
Mas voltavam para ti
Sem nenhuma imunidade

Escondi de ti os meus olhos
Pois não quero que tu vejas
Que bailam neles aos molhos
A loucura que desejas

Escondi meus olhos atrás
Da janela escurecida
Para ver se sou capaz
De alcançar minha paz
E a transparência da vida.


segunda-feira, 23 de julho de 2012

UM DIA SEREI...























Um dia serei madrugada
No teu corpo a escorrer
Na loucura engalanada
Que tens dentro do teu ser

Um dia serei poesia
Bebida p'los olhos teus
Serei mar sem maresia
Na alvorada dos meus

Um dia serei canção
De boca em boca a passar
Dentro do teu coração
No teu sentir a trinar

Um dia serei viola
A tocar p'rá mocidade
Que não precisa de escola
P'ra se formar em saudade

Um dia sei que serei
A tua dama a princesa
E tu serás o meu rei
Desta minha fortaleza

Um dia serei diferente
Sem amargura sem dor
E não mais serei semente
De uma flor tão carente
Que só quer o teu amor.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O MEU CORPO

O meu corpo é um poema
De dor e de amargura
Entregue ao meu dilema
E longe da tua ternura

O meu corpo é a saudade
Em rio a transbordar
Que ás vezes por caridade
Fica pronto a me afogar

É revolta é nostalgia
Amarrada em peito meu
Sina pesada, vazia
Que o destino me deu

O meu corpo é tormento
Sempre perdido no ar
Como pena solta ao vento
Onde o vento a quer levar

O meu corpo é um desejo
Que vieste despertar
Com a doçura de um beijo
E a luz do teu olhar

O meu corpo é agora
Uma rosa pronta a abrir
Nas asas da tua aurora
Nas ondas do teu sentir.