quinta-feira, 22 de setembro de 2011

PENSEI



Pensei dizer-te um dia
Com a alma a soluçar
Que eras o que mais queria
Mas a voz se quis calar

Pensei eu a dada altura
Fazer poema de amor
Mas esqueci a ternura
Saiu poema de dor

Pensei que era saudade
Mas afinal descobri
Que sou a grande verdade
Dum amor que nunca vi

Pensei amar-te e calava
Na escuridão dos meus dias
Que eu sempre te esperava
E tu nunca aparecias

Pensei que se não te amasse
Meu coração não sofria
Mas onde quer que eu andasse
Na alma eu te sentia

Pensei calar a razão
E o sentir amordaçar
Mas este meu coração
Não se deixou enganar

Se acaso me vieres ler
Nunca digas a ninguém 
Que o que pensei escrever
É para ti minha mãe.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

MAR SALGADO



Mar salgado ondulante
Que navegas meu sentir
Num sal d'aroma distante
Que fez a saudade emergir

Que fez sentir-me sereia
De um marinheiro atrevido
Que em noite de lua cheia
Ficou no meu mar perdido

Que passa os dias a beijar
A lua a sua menina
Navegam os dois em surdina
Não vá o dia acordar

Mar imenso assustador
A mim não me metes medo
Porque secas meu degredo
A saudade e a minha dor

Ó meu mar faz-me a vontade
Vê se podes afogar
O tempo e esta saudade
Que me está a matar

Mar salgado timoneiro
Dos meus sonhos meu sentir
Deixa de ser traiçoeiro
Entrega-me o meu marinheiro
Que eu adoço-te a seguir.