segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

RASGO AS PALAVRAS


PARA TI MEU IRMÃO COM MUITO AMOR.
Porque hoje a saudade bateu mais forte
Porque hoje era um dia p'ra recordar
Porque hoje nem mesmo a tua morte
Vai fazer o meu coração tudo calar.

RASGO AS PALAVRAS



Rasgo as palavras, para não as dizer
Percorro o meu ser, tal cume em riste
Enterro meus sonhos,para os não viver
Navego nas ondas, do que não existe

Na minha procura, eu sei que em vão
De te não ver, eu sofro calada
Espalho a amargura, do meu coração
Nos ventos agrestes e no pó da estrada

E neste vazio, que em mim existe
Nesta tristeza, que eu tento calar
Só sei da certeza, que tu partiste
Lindos teus olhos, não vão mais voltar

Olho-me ao espelho, não me conheço
Não sei se aqui estou, ou se já parti
Só na minha angústia, eu me reconheço
Nas mágoas e saudades que eu tenho de ti

Eu sei que um dia, eu te vou encontrar
Com ferros, amarras te vou prender
O que não dissemos, nós vamos falar
E não mais irmão eu te vou perder.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

DESPERTEM





Despertem horas sombrias
Não fiquem pasmadas agora
E dêm amor, alegrias
Á juventude de outrora

Despertem, porque as maldades
Não podem ficar mais caladas
Têm que viver as verdades
E serem desmascaradas

Despertem palavras vãs
Não bradem com ironia
Pois em todas as manhãs
A morte passa, sombria

Que todos entes queridos
Não vivem eternamente
Ou vão partir esquecidos
Que afinal até são gente

Despertem pois toda a gente
Que a saudade está a matar
A alma de quem não sente
E se negou a amar

Despertem que estou agora
Olhando o anoitecer
P'ra ver o nascer d'aurora
Quero vê-la envelhecer

Despertem dessa amargura
Que o dia está a nascer
E vejam quanta a ternura
No dar e no receber.


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

ABRAÇA-ME



Abraça-me nostalgia
Ao de leve por favor
Que não quero a agonia
De mais sentir teu sabor

Abraça-me luz do Sol
Que quero quente ficar
Mas se fores tu farol
Também me podes abraçar

Abraça-me ó luar
Ó estrelas do firmamento
Convosco quero voar
Na brisa e até no vento

Abraça-me vida minha
Que me estás a fugir
Não olhes p'ra trás, caminha
Que maltratas meu sentir

Não lembres mais minha dor
Não pises mais o meu chão
Nem me tires o calor
Que abraça meu coração

Abraça-me que eu sou mar
Perdida nas tuas marés
Afoita no teu ondular
E casta rendida a teus pés.

sábado, 8 de janeiro de 2011

ADORMECI




Adormeci ao relento
Cansada de esperar
Que navegasses no vento
Para me vires visitar

Sonhei então que a lua
Que também enamorada
Desceu às pedras da rua
P'ra eu ficar acordada

E vi o teu lindo olhar
A bailar nos olhos meus
Para me virem contar
Quais os desejos dos teus

E nesta espera que dura
Não quero ainda acordar
P'ra não sentir a amargura
Que é eu ter que esperar

Adormeci no convés
Do barco da ilusão
E desbravei as marés
Que tinha no coração.