sábado, 24 de dezembro de 2011

É NATAL



Do Céu caiu um desejo
Dos teus olhos o ardor
Da tua boca um beijo
Do meu coração o amor

Caiu e sem avisar
Da alma a minha paixão
E foi-se mesmo alojar
Juntinho ao teu coração

Resvalou por entre os dedos
A saudade de um jasmim
E foi cobrir os meus medos
Que andam perdidos em mim

É Natal, sei que perdi
Tanto, nada mais é igual
Do que queria nunca vi
Só o sentir que há em ti
É, meu presente de Natal.

A todos os amigos votos de um Natal muito feliz, com muita saúde, paz e muito amor.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A MINHA ESTRELA


Era menina porém
Linda estrela escolhi
Uma estrela de ninguém
Como eu até ali

Guardei-a sem hesitar
Bem juntinho ao coração
Para me iluminar
Quando houvesse escuridão

Fui crescendo e a estrelinha
Na alma moldou meu ser
E deu-me papel e linha
Para meu sentir escrever

Tirou-me a amargura
A angústia e até a dor
E colocou a ternura
Repleta de muito amor

Fez-me também prometer
Como já não tinha dor
Que eu passasse a escrever
Lindos poemas de amor

Que não guardasse a saudade
Nem mesmo a minha pena
Que deslizasse a verdade
Só nas linhas dum poema

E essa estrela cadente
A alma me quis deixar
Pois tenho no meu presente
Duas estrelas p'r amar

Mas numa delas caminha
Nova estrela a cintilar
Vai nascer a migalhinha
Que será a minha estrelinha 
Para eu poder amar.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

SOU MENSAGEIRA


Sou mensageira da vida
À deriva sem morada
Que segue desde a partida
Um destino sem estrada

Que anda sem caminhar
E olha sem sequer ver
A amargura a cantar
Num rio de dor a correr

Sou mensageira de mim
Transporto mas já não sei
Se as flores do meu jardim
Ou os espinhos que herdei

Transporto também a saudade
Deixo-a voar para ver
Se lhe dou a liberdade
Para tanto não doer

Mensageira dos teus beijos
Que um dia transportei
Das loucuras e desejos
Que só a ti entreguei

Serei carta a seguir
Entregue na tua mão
Lacrada no meu sentir
E, direita ao teu coração.


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

DESFOLHEI

Folhas caindo - Recados e Imagens para orkut, facebook, tumblr e hi5

Desfolhei o meu sentir
Como se fosse uma flor
E vi pétalas a abrir
Em lindos sonhos de amor

Vi a alma adormecida
Mais parecia sonhar
Talvez com uma outra vida
Que não consegui lhe dar

Desfolhei a madrugada
E vi do dia a sair
A mais bela desfolhada
Na eira do meu sentir

Pensei desfolhar a verdade
Foi demais a ousadia
Desfolhei minha saudade
Que eu pensava que dormia

Desfolhei com emoção
O teu sentir que loucura
E vi pétalas de paixão
Com muito amor e ternura

Quis desfolhar os teus beijos
E acabei por desfolhar
As loucuras e os desejos
Que tinhas para me dar.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

PERDI


Perdi a saudade a dor
A alegria e a esperança
O coração e o amor
E os meus sonhos de criança

Perdi até a vontade
De viver e ser feliz
E vivo por caridade
Porque a vida não me quis

Perdi flores do meu jardim
Na secura do andar
E o principio do fim
Que não cheguei a encontrar

Perdi o meu coração
Porque o quis convencer
Que o amor e a paixão
Só o faziam sofrer

Perdi o bom senso a razão
Ao achar tua ternura
Pois este meu coração
Quer amar-te com loucura

Tanta perda eu já vivi
Que agora já não sei
Se afinal me perdi
Ou se em ti me encontrei.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

PEDI



Pedi sonhos e lembranças
Sorrisos ternura e calor
Para todas as crianças
Que não tiveram amor

Pedi pão p'ra toda a gente
Um tecto para pernoitar
E p'ra quem está doente
O bálsamo para se curar

Pedi razão para o louco
Porque aquele com juízo
Acha sempre que tem pouco
E que de mais tem preciso

Pedi paz, justiça, verdade,
Horas amargas sombrias
Para quem passa os dias
A "ceifar" a humanidade

E p'ra quem está a viver
Dias contados má sorte
P'ra esses pedi a morte
Porque estão a sofrer

Nada pedi para mim
E ao olhar p'rá minha mão
Nela abriu um jasmim
Com a alma de cetim
Que me adoça o coração.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

ÁS VEZES


Ás vezes sou a saudade
Que a amargura cantou
Outras sou a mocidade
Que na alma me marcou

Ás vezes sou um poema
Bordado a nostalgia
Outras eu sou o dilema
Da noite que se faz dia

Ás vezes sou vento norte
No silêncio em tarde fria
Outras então sou a sorte
Que deixa minh' alma vazia

As vezes eu sou o luar
Que beija os lábios teus
E que te deixa ao beijar
O gosto dos lábios meus

Ás vezes sou a ternura
Semeada em teu jardim
E outras sou a loucura
Que não sabia em mim

Ás vezes sou borboleta
Que voa à tua procura
E transforma o teu planeta
Em desejos e loucura

Mas hoje não quero ser
Nem amargura nem dor
Com ternura e com prazer
Serei linhas do escrever
Do teu poema de amor.


sábado, 1 de outubro de 2011

TENHO



Tenho uma vida sem vida
Nas mágoas do meu andar
Pois se nela estou perdida
Não sei como me encontrar

Piso as pedras calada
Na busca de direcção
Sinto que não tenho nada
Mas tenho tudo na mão

Tenho um diabo uma cruz
Dentro de mim o inverno
Um Judas feito Jesus
E um céu que é um inferno

Tenho amarga sinfonia
Que nunca ninguém escreveu
Que me toca todo o dia
Mágoas que a vida me deu

Tenho a mim amarrada
A amargura que sou
Quem diz que não tenho nada
Decerto se enganou

E tenho dentro de mim
Guardado p'ra ninguém ver
Amor que não tem mais fim
E, que comigo vai morrer.


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

PENSEI



Pensei dizer-te um dia
Com a alma a soluçar
Que eras o que mais queria
Mas a voz se quis calar

Pensei eu a dada altura
Fazer poema de amor
Mas esqueci a ternura
Saiu poema de dor

Pensei que era saudade
Mas afinal descobri
Que sou a grande verdade
Dum amor que nunca vi

Pensei amar-te e calava
Na escuridão dos meus dias
Que eu sempre te esperava
E tu nunca aparecias

Pensei que se não te amasse
Meu coração não sofria
Mas onde quer que eu andasse
Na alma eu te sentia

Pensei calar a razão
E o sentir amordaçar
Mas este meu coração
Não se deixou enganar

Se acaso me vieres ler
Nunca digas a ninguém 
Que o que pensei escrever
É para ti minha mãe.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

MAR SALGADO



Mar salgado ondulante
Que navegas meu sentir
Num sal d'aroma distante
Que fez a saudade emergir

Que fez sentir-me sereia
De um marinheiro atrevido
Que em noite de lua cheia
Ficou no meu mar perdido

Que passa os dias a beijar
A lua a sua menina
Navegam os dois em surdina
Não vá o dia acordar

Mar imenso assustador
A mim não me metes medo
Porque secas meu degredo
A saudade e a minha dor

Ó meu mar faz-me a vontade
Vê se podes afogar
O tempo e esta saudade
Que me está a matar

Mar salgado timoneiro
Dos meus sonhos meu sentir
Deixa de ser traiçoeiro
Entrega-me o meu marinheiro
Que eu adoço-te a seguir.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

DESISTO





Desisto de entender
Porque entre tantos mortais
Só me fizeram sofrer
E me calaram os ais

Desisto porque os olhos meus
Não mais lavam as lembranças
E de perguntar a um Deus
Porque sofrem as crianças

Desisto porque eu agora
Sem primavera da vida
Não consigo ver na aurora
A esperança prometida

De saber e de falar
Há muito eu desisti
Saudades do verbo amar
Que só me lembram de ti

Desisto sim meu amor
Porque eu sei que à partida
Sou labirinto de dor
Com entrada e sem saída

Desisto até de te amar
Porque o meu coração
Está pronto a amarrar
O amor à solidão.


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

DESLIZO SUAVEMENTE


Deslizo suavemente
A mão pelo meu corpinho
Fico rubra em desalinho
Com uma mordida tão quente

Olho p'ra baixo e vejo
Aquele intruso porém
Sinto que o meu desejo
É eu morder-lhe também

Descarado ele então
Como se eu não estivesse a ver
Suga, lambe e vai morder
Sem minha autorização

Vejo-o ansioso, perdido
Fico a pensar na maneira
De ajudar na brincadeira
Daquele grande atrevido

Apanhei-o de chapão
Com malícia p'ra valer
E até senti prazer
De o ter ali na mão

Venci assim esta briga
De ser tão assediada
É que o mosquito duma figa
Foi morder-me na barriga
Que até me deixou marcada.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

INDOMÁVEL



Indomável é o sonho
Em noite de céu estrelado
E o pesadelo medonho
Na lembrança do passado

É a luz que faz questão
De continuar a brilhar
Que ilumina a solidão
Mesmo que esteja a chorar

Indomável é a morte
Que ao carregar tanto frio
Deixa escrito em sorte
Um abraço num vazio

E até a velha hera
Sempre ao sol e ao vento
Teima em dar um rebento
P'ra enfeitar a Primavera

Indomáveis somos nós
Pois seja noite ou dia
Não queremos estar sós 
E ás vezes nem companhia

Indomável o meu ser
Quando sente o teu ardor
Deixa meu sentir a arder
Em labaredas de amor.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

PERSIGO



Persigo o meu sol ausente
Na esperança de encontrar
A luz que eu olhe de frente
Sem que me fira o olhar

Persigo com ousadia
Aquilo que nunca pensei
Que eu perseguisse um dia
Pois nunca o procurei

Persigo a velha saudade
À distancia p'ra não ver
As mágoas da mocidade
Que me fizeram sofrer

Persigo a dor meu espinho
Para me certificar
Que encontrou um caminho
E que não vai mais voltar

Persigo o sonho a loucura
A saudade num adeus
E corro atrás da ternura
Que me diz os lábios teus

Persigo o que me conduz
Aos teus braços com ardor
A alma que me seduz
Que me mostrou essa luz
Nos teus olhos meu amor.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Vem


Ó meu lindo marinheiro
Das vagas do meu sentir
Vem navegar meu veleiro
Minhas ondas descobrir

Vem ao sabor das marés
Desta minha embarcação
Amar-me de lés a lés
De alma e de coração

Vem dizer-me ao ouvido
Teu sentir tua loucura
Quero sentir-te perdido
No meu mar de diabrura

Anda vem, vem-me afogar
Antes do anoitecer
Nas ondas desse teu mar
De amor e de prazer

Vem também saborear
Nas ondas do meu corpinho
O sal deste meu mar
Tão revolto em desalinho

Anda vem ver o farol
Que ajudaste a descobrir
Se tu fores o meu sol
Eu forro com o meu lençol
As velas do teu sentir.

terça-feira, 5 de julho de 2011

PINTURA ABSTRATA


Pintura: Emoções- Margusta

Uma tela colori
 Fechei-a na minha mão
E ainda não descobri
Qual o tema e a razão

É uma pintura qualquer
Vestida de muita cor
Não é homem nem mulher
E nem tristeza nem dor

Talvez seja a maresia
O amanhecer ou a luz
Ou o sal que o mar produz
Ou até a nostalgia

Será talvez a saudade
Que a minha alma contém
Ou talvez a liberdade
Destes sonhos de ninguém

Será que eu pintei agora
A alegria e a esperança
Que me faltaram outrora
Nos meus sonhos de criança

Abri a mão e então vi
Que esta tela abstrata
É o sentir que há em ti
Na minha pintura nata.

domingo, 12 de junho de 2011

PRECISO



Preciso de um atalho p'ra percorrer
E de um caminho para te encontrar
Das tuas lindas palavras p'ra viver
E dos meus sonhos para navegar

Preciso de me deitar no meu leito
Despida de saudade e desamor
Preciso de enterrar a minha dor
Que cava a sepultura no meu peito

Preciso de sentir teu coração
Tão louco quando sente o meu pulsar
Preciso desse amor dessa paixão
Que me deixa em ânsias p'ra te amar

Preciso de calar o meu sentir
Que preso na garganta quer gritar
Por saber que meu jardim não vai abrir
As rosas que em botão eu fui podar

Preciso do teu sol do teu calor
E do sabor a mel desses teus beijos
Das tuas loucuras teus desejos
Eu preciso de ti meu doce amor.


quinta-feira, 2 de junho de 2011

SAUDADE




Desliza suavemente
Pelas maçãs do meu rosto
Uma gota fina e quente
Com ternura e sem desgosto

Desliza leve indolente
Com certeza p'ra regar
O chão que tem a semente
Que a vai fazer germinar

Passa vales sobe montes
Sem medo de se perder
Escala os horizontes
À procura de te ver

Caminha agora sombria
Cansada de procurar
Fica gota grossa, fria
Na secura do andar

Adormeceu ao relento
Na areia junto ao mar
Até que chegou o vento
E a fez assim acordar

E a saudade em gota a rolar
No meu rosto com ardor
Leva os dias a chorar
Tem saudades de te amar
E, de te abraçar meu amor.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

NUNCA TE DIREI



Nunca te direi que um dia
De manhã ao acordar
Eu tive a ousadia
De contigo eu sonhar

Nunca te direi que em poemas
Na tua alma me enfio
Que o teu sentir é o rio
Onde lavo as minhas penas

Dos meus sonhos e loucuras
Eu nunca te irei dizer
E das minhas diabruras
Tu nunca irás saber

Do choro que me fez secar
Eu nunca te direi também
Que levei anos a sonhar
Que também tinha uma mãe

Nunca te direi, sabe a aurora
Das mágoas que tenho no peito
E que a tua alma é agora
A cama onde me deito

Nunca te direi dos desejos
Que tenho para te oferecer
Só quando limares meus ensejos
E sentires os meus beijos
Loucos, na tua pele a bater.